terça-feira, 10 de outubro de 2017

Indo eu, indo eu a Caminho de... Santiago #3 - Tudo começa nos pés - As meias

Um dos conselhos que está presente em todos os sites que consultei é "façam as botas ao pé". Nunca, jamais em tempo algum se ponham a caminhar tiradas de mais de 20 km com botas novas calçadas. Eu assim fiz. Comecei por calça-las para ir passear o cão mas entendi que devia era usá-las para tudo, e pouco depois já as usava até para ir ao café.
Entretanto, em conversa com uma amiga recente calhou contar-lhe os meus planos. E não é que ela me perguntou se podia ir comigo? É uma caminhante experimentada, fala pouco e sempre quis fazer o Caminho, não havia porque dizer não. Então disse sim. E disse um sim muito contente, confesso que esta coisa de andar sozinha no meio do mato não estava propriamente a agradar-me.
No início praticamente não falamos sobre o assunto, mas eu em matéria de segurança e conforto não gosto de surpresas, por isso mantive-me alerta, em comunicação com outras pessoas que já tivessem feito o mesmo percurso, queria aprender.

Uma das minhas descobertas, por exemplo, foi a importância das meias. Nos blogues que visitei falavam muito das meias, mas eu sou forreta e tendo sempre a considerar que os outros são muito mariquinhas e gastam dinheiro à toa. Como tenho meias de desporto de boa qualidade foi o que decidi calçar nesses passeios iniciais em que procurava "fazer as botas ao pé". Mas ao fim de poucos quilómetros, as bolhas impiedosas que ameaçaram brotar como cogumelos pelas minhas extremidades fora esclareceram-me sobre a inevitabilidade de investir em meias apropriadas. E toca de correr em busca das meias perfeitas - nem muito quentes, nem demasiado finas, em tons discretos, com costuras planas para não massacrarem os pézinhos das meninas.
Devido à antecedência com que estava a tratar do assunto não poderia saber qual o clima que teríamos pela frente e tive de optar por uma escolha mista - 2 pares de meias de Forclaz 500 e dois pares de meias Forclaz 900 para testar.
Resolvi experimentar primeiro as mais grossas, calculei que protegessem melhor e evitassem as tão dolorosas bolhas. Parti para um passeio até maior que o normal, de uns 10 km, excitada por saber que teria os pés metidos em luvas de pelica. Errado. Ao fim de 8 km estava em casa com os pés praticamente em papa, transpirados, doridos e assados. As meias 900 são para o frio, ouviram? Para o frio. E no Verão não está frio.
Na vez seguinte, já menos optimista e mais ponderada, calcei as 500 e estas revelaram-se uma aposta muito mais inteligente - suaves, elásticas e frescas - e ainda por cima tinham sido compradas com um desconto de 50%.
Portanto, meias estavam resolvidas, julguei eu, só que a experiência revelou-se diferente. Mas já lá vamos.

Forclaz 900

Forclaz 500

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