segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Para começar, toca a caminhar

“Roma e Pavia não se fizeram num dia”
“Devagar se vai ao longe”
“Com paciência e perseverança, tudo se alcança”
“Quem tudo quer tudo perde”
“A pressa é a mãe do arrependido”
“Tostão a tostão, faz um milhão”
“Depressa e bem, não há quem”
Podia ficar aqui o dia todo, mas acho que já dá para perceberem a ideia: não se matem logo ali ao principio porque não é assim que vão obter mais resultados, correm o risco de se lesionarem e vão acabar por desistir.
Estamos a falar de saúde, mas de melhorar a saúde não de dar cabo dela.

Já aqui disse que foi quando fiquei desempregada que decidi mudar o meu estilo de vida. Nessa altura procurei manter-me intelectualmente activa, habituada que estava a uma certa dinâmica mental, e inscrevi-me numa formação em Lisboa. Moro a cerca de 30 quilómteros da capital, num sítio ermo onde mais depressa encontro um coelho que um autocarro, de maneira que fiz as contas ao tempo e dinheiro que teria de gastar para ir e voltar quer fosse de transportes quer fosse de carro – com portagens, gasolina e estacionamento. A combinação que saía mais vantajosa era ir de carro até à Av.José Malhoa, onde o estacionamento é zona verde, e fazer a pé o percurso restante até ao local da formação, perto do El Corte Inglés. A distância não era grande, cerca de 1,5 quilómetros, mas nos primeiros dias custou-me imenso. Arrastava-me pela rua fora, completamente desorientada – Lisboa é para mim um mistério tão insondável como bater natas em chantilly – e chegava à aula transpirada e exausta, pronta para tomar um duche e voltar para casa. Ainda ponderei o investimento de estacionar à porta do centro de formação, mas era ridículo de tão caro. E assim, durante 3 meses, lá fui e voltei, 3 quilómetros a pé todos os dias.
Como era Inverno caminhava ao frio e à chuva, o que no início também causou grande confusão e desconforto a esta assumida automóveldependente (especialmente devido ao estado lambido, empastado e nojento em que ficava o meu cabelo) mas a verdade é que adaptei o vestuário e o calçado, comprei um pacote de elásticos para que o meu visual se mantivesse em níveis apropriados a um ser humano não electrocutado, e ao fim de pouco tempo já me sabia bem o passeio.

Em suma, para começar em beleza, o melhor exercício que há é mesmo andar a pé. Caminhar é natural, só exige o esforço que quisermos, pode fazer-se em qualquer altura do dia, em qualquer lugar, sem recurso a equipamentos especiais e não é preciso aprender. 
Faz bem às articulações, à disposição, à tensão arterial, à pele, ao ambiente, à barriga, ao rabo... a tudo.
E a melhor parte, é completamente grátis.  




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