Mas por vezes penso na vida. Penso no sentido de tudo isto, no tempo perdido, no futuro, em tudo o que já não vou ter tempo de fazer, no dinheiro, nos sonhos que ainda gostaria de realizar, nos desafios que tenho tido medo de enfrentar.
Estou a meio dos quarentas, os meus filhos estão crescidos, já tenho algum tempo para mim. Em Setembro do ano passado, decidi por isso cumprir não tanto um desejo antigo, mais uma curiosidade antiga: fazer o Caminho de Santiago. Não sou religiosa, apesar de a vida andar a desenvolver-me o lado espiritual, o que eu queria sentir era a experiência do peregrino, do despojamento, da partilha tanto de experiências como do espaço nos albergues, da exaustão física. Queria ultrapassar-me, sair da minha redoma e arriscar uma coisa totalmente diferente. Comecei a procurar companhia entre aquelas amigas mais prováveis, aquelas com quem em tempos havia abordado o assunto, mas não havia ninguém disponível e acabei por não ir. Este ano percebi que se estivesse sempre à espera do momento certo para toda a gente nunca iria e, como nunca viajei sozinha resolvi duas questões em simultâneo: iria e iria só eu. Já sabia que se ia meter o Verão e as férias por isso marquei logo comigo mesma a partida para o início de Outubro.
Decisão
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